Desde o início da pandemia do novo coronavírus, as arquidioceses/dioceses brasileiras tiveram que adotar medidas restritivas com relação à ação pastoral, o que também trouxe impactos na área econômica, exigindo medidas urgentes na gestão paroquial. Com isso, diversas ações concretas foram adotadas pelas Igrejas Particulares.
Nas paróquias da diocese de Itabira Coronel Feliciano, por exemplo, a fim de conter despesas, houve a redução de gastos com água, energia, telefonia, combustível, suspensão de obras e reformas. “Como medidas de enfrentamento da crise, foram necessárias a redução em 50% do repasse mensal das paróquias para a manutenção da Cúria e do Seminário; suspensão do repasse para a escola diaconal; redução da côngrua dos padres para criar um fundo de auxílio mútuo emergencial”, explicou o bispo diocesano, dom Marco Aurélio Gubiotti, em comunicado oficial.
Por lá, as paróquias têm se esforçado, com gestos concretos de solidariedade, sobretudo, para assistir os mais vulneráveis nesse tempo. “A Sociedade São Vicente de Paulo e a Cáritas Diocesana continuam prestando a assistência aos mais necessitados. Estamos, assim como vocês e suas famílias, nos adequando a esta nova realidade”, afirmou dom Marco. No entanto, apesar dos muitos esforços, algumas das paróquias da diocese se encontram em dificuldades financeiras para manter o essencial em suas estruturas.
Com o objetivo de continuar assistindo às comunidades de fé que se encontram em dificuldades financeiras, a diocese lançou a Campanha Solidária Diocesana, para arrecadar recursos financeiros. “Através do Fundo Emergencial Diocesano, que será criado com os recursos provenientes de generosidade, auxiliamos as demandas essenciais das nossas paróquias”, explicou o bispo. Na ocasião, a diocese se comprometeu a ser transparente quanto à prestação de contas da arrecadação e saída desses recursos que serão usados exclusivamente no socorro às paróquias.
Na arquidiocese de Fortaleza, no Ceará, a situação não foi diferente. Para dar resposta às necessidades das paróquias e comunidades foi constituído um Fundo Arquidiocesano de Emergência. A iniciativa serve como um suporte diante da solicitação de ajuda financeira de algumas das paróquias da arquidiocese. O objetivo, segundo dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, arcebispo de Fortaleza, é que as pessoas, sacerdotes, leigos e paróquias que tenham uma melhor condição econômica possam fazer doações para as paróquias que estão com mais dificuldade.
A ideia é que a própria Mitra Arquidiocesana de Fortaleza gerencie o amparo e direcione às paróquias ou áreas pastorais mais necessitadas. As doações são feitas por meio de uma conta fornecida pela arquidiocese. Segundo a ecônoma da arquidiocese, Rosa Maria de Sousa, a iniciativa deu “muito certo”. “Estendemos a quem quisesse fazer a doação. Graças a Deus deu para atender aos diversos pedidos para complementar folha salarial, pagamentos de encargos entre outros”, explicou.
Em Marília, São Paulo, dom Luiz Antonio Cipolini, bispo diocesano, emitiu um decreto sobre as iniciativas de contenção que a diocese iria tomar para superar a crise financeira. A Cúria deixou de cobrar nos meses de abril, maio e junho a taxa mensal das paróquias e também suspendeu a cobrança de parcelas de empréstimos devidos pelas paróquias nestes dois meses. Da mesma forma, o clero diocesano e religioso colaborou recebendo côngruas menores nestes meses.
Segundo o padre Tiago Barbosa, do clero da diocese de Marília, as iniciativas tomadas por lá foram feitas para que as paróquias pudessem não pensar na arrecadação de verbas, mas sim que os padres pudessem estar ao lado do povo, diante do momento de distanciamento social, onde muitos dos fieis tiveram redução em seus salários ou até mesmo perderam seus empregos. “Essas medidas foram tomadas em solidariedade para com o nosso povo, a fim de que como pastores, nós padres pudéssemos caminhar ao lado do nosso povo, conduzindo-os à luz de Cristo”, salientou.
Também a diocese de Barra do Piraí Volta Redonda, no Rio de Janeiro, fez a Campanha “Eu ajudo a minha Diocese”. Ao longo de dois meses, os fiéis da diocese puderam contribuir com os cofrinhos em suas casas, fazendo a oferta diária durante a transmissão da Santa Missa. Cerca de 300 cofrinhos foram distribuídos para fiéis das quatro regiões pastorais, com objetivo de arrecadar doações financeiras para ajudar a Igreja Diocesana nesse momento de crise.
No dia 26 de junho, os cofrinhos foram abertos. Em agradecimento, dom Luiz Henrique destacou a importância da colaboração para a diocese. “Gostaria de agradecer a todos os diocesanos que acolheram o nosso pedido com a campanha e demonstraram generosidade e apoio neste momento. Com certeza esse gesto será lembrado pelo senhor. Quando se dá e oferece com alegria, com certeza será recompensado”, disse o bispo.